A Fundação Procon-SP anunciou que autuou nesta sexta-feira (01/07) a Harley-Davidson do Brasil por demorar a anunciar campanhas de recall envolvendo 2.239 motocicletas, de 26 modelos. Todas foram convocadas no último dia 20, mas as campanhas já haviam ocorrido nos Estados Unidos em outros anos.
Em um dos casos, diz o Procon-SP, há atraso de sete anos do recall no Brasil para o realizado nos EUA. O órgão de defesa do consumidor cobrou explicações da empresa e disse que elas não foram satisfatórias.
A autuação consiste na abertura de um processo administrativo que pode resultar em multa de R$ 415 a R$ 6,23 milhões, conforme o porte da empresa e os danos causados, informa o Procon-SP. A Harley terá um prazo para se defender.
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, que fiscaliza recalls no Brasil, diz que também enviou notificação à fabricante de motos, na última segunda (27), questionando a demora nos recalls. A empresa tem dez dias para responder, a partir do recebimento da notificação.
A Harley afirma que ainda não foi comunicada formalmente da autuação do Procon-SP e não vai se pronunciar até que isso aconteça. No último dia 20, em entrevista ao G1, o gerente de pós-venda da marca, Rocco Belforte, disse que, com os chamados divulgados naquele dia, a marca "liquida qualquer pendência" em relação a recalls de seus veículos no país. Belforte informou que a decisão de lançar tantos chamados ao mesmo tempo se deu em virtude de a Harley-Davidson ter aumentado sua presença comercial no Brasil.
No mesmo dia do recall da Harley foi anunciada a convocação de quatro modelos da Buell Distribution Company LLC, que também faz parte do grupo.
A Harley assumiu suas operações no país em fevereiro deste ano. Até então, quem elas eram feitas pelo HDSP/Grupo Izzo. O fim da parceria entre as empresas foi marcado por disputa judicial.
Segundo a marca, o número de motos convocadas na última segunda representa menos de 10% das unidades que a marca já vendeu no Brasil desde 2000. A empresa diz que já vendeu mais de 30 mil motos no país desde então.
Fonte : G1
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